Milhões de trabalhadores pelo Brasil recebem o décimo terceiro nos meses de novembro e dezembro, seguindo uma determinação da legislação brasileira que passou a valer há mais de seis décadas.
Em 13 de julho de 1962, no governo de João Goulart, o 13° salário foi oficializado pela lei nº 4.090 e, desde então, empregadores devem pagar um salário extra aos seus funcionários todo fim de ano. A lei determina que a primeira parcela do 13° (ou o valor integral, para empresas que escolhem não dividir) precisa ser paga até o dia 30 de novembro de cada ano. Já a segunda pode cair na conta do trabalhador até o dia 20 de dezembro.
Apesar de ser um salário extra, entender que o 13° salário é um direito trabalhista — e não um bônus — pode ajudar na conscientização do trabalhador.
Como surgiu o 13° salário e a importância de enxergá-lo como um direito
O 13° salário — ou “gratificação de Natal” — surgiu em 13 de julho de 1962, no governo de João Goulart, oficializado pela lei nº 4.090. A medida foi uma resposta a uma série de protestos e greve dos trabalhadores, em um momento em que a inflação elevada corroía o poder de compra da população.
Esse benefício trazido pelas leis trabalhistas não nasceu sem reclamações: empresários e especialistas da área econômica da época diziam, inclusive, que a obrigatoriedade do empregador de pagar um 13° salário poderia quebrar o país.
No entanto, não aconteceu. E, mais que isso, injeta bilhões na economia todos os anos. Em 2024, por exemplo, a expectativa é que o pagamento do 13° salário coloque mais de R$ 320 bilhões na economia brasileira.
E entender os motivos para o surgimento deste benefício, segundo Mila Gaudêncio, pode ajudar o trabalhador a ter mais consciência sobre o dinheiro que entra na conta.
A conta é simples, explica a educadora financeira:
- Um ano tem 52 semanas;
- Ao dividir essas 52 por 4 — que é a média de semanas contadas por mês —, o resultado é 13;
- Assim, o 13° compensa essas quatro semanas restantes que formam o “13° mês”.
Esse dinheiro, segundo Mila, serve para aqueles meses que têm mais dias úteis e podem gerar um desequilíbrio nas contas, já que os gastos com transportes e alimentação no trabalho, por exemplo, podem ser maiores.
Para a educadora financeira, enxergar esse dinheiro como um direito e não um bônus faz diferença no comportamento financeiro. “Quando a gente sabe que demandou um esforço para conquistar esse dinheiro, a gente acaba tendo uma disciplina maior do que se fosse simplesmente um dinheiro ganhado”.
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