A cada ano, de 20 de novembro a 10 de dezembro, o Brasil participa da campanha 21 Dias de Ativismo, voltada ao combate à violência contra mulheres e ao racismo — uma extensão local da mobilização internacional iniciada pela ONU Mulheres. Em 2025, a campanha ganhou nova força diante da escalada de crimes de feminicídio: somente neste ano, o país ultrapassou a marca de mil homicídios de mulheres registrados como feminicídios, além de milhares de tentativas de assassinato.
O que a campanha propõe e como ela se manifesta A coordenação principal é feita pelo Ministério das Mulheres, em articulação com secretarias estaduais e municipais e com a sociedade civil e a programação inclui ações de conscientização — nas ruas, no transporte público, em espaços culturais, redes sociais, debates, intervenções simbólicas e projeções visuais em edifícios públicos.
Em 2025, um dos focos foi chamar atenção também para a violência digital e outras formas menos visíveis de agressão — como a violência patrimonial e psicológica. Na prática, o 21 Dias de Ativismo voltou a se refletir nas ruas: em 7 de dezembro de 2025, mulheres em diversas cidades brasileiras saíram às ruas para protestar contra o feminicídio, exigir justiça e visibilidade para a violência de gênero.
As manifestações reafirmam o grito por “Mulheres Vivas”: não basta denunciar — é preciso transformar estruturas, garantir proteção, assistência, acesso a serviços públicos, e sobretudo respeito e segurança no dia a dia.
O Brasil convive com um contexto de desigualdades estruturais: mulheres negras, jovens, periféricas e em situação de vulnerabilidade concentram as piores taxas de violência. A campanha busca dar visibilidade a essa realidade e mobilizar não só o Estado, mas toda a sociedade para a responsabilidade coletiva de prevenção e mudança.
Além disso, com o uso crescente das redes sociais, a violência digital se soma às formas tradicionais de agressão — e o ativismo também se adapta para denunciar e combater esses abusos. O 21 Dias de Ativismo reafirma que a luta contra a violência de gênero e o racismo deve ser contínua, coletiva e visível — e que avanços reais dependem de mobilização organizada, políticas públicas eficazes, proteção às vítimas e mudança cultural. Os protestos recentes e as ações de rua mostram que mulheres e a sociedade brasileira não aceitam mais o silêncio.
