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Bolsonaro aumentou as alíquotas do IOF e isso afeta a todos nós

Bolsonaro aumentou as alíquotas do IOF e isso afeta a todos nós

22/09/2021
Fonte: CUT

Novo índice do Imposto sobre Operação Financeira (IOF), que começou a valer nesta segunda, vai aumentar impostos de empréstimos, cheque especial, rotativo do cartão de crédito e prestações de imóveis

 

Para pagar o novo Bolsa Família e, com isso, tentar se reeleger, o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) aumentou as alíquotas do Imposto sobre Operação Financeira (IOF) em 36%. As novas alíquotas, que incidirão sobre operações de crédito, câmbio, seguro e valores mobiliários passou a valer nesta segunda-feira (20) e serão cobradas até 31 de dezembro deste ano.

A medida afeta todos os brasileiros que têm ou precisarem de empréstimos, que usam o limite do cheque especial ou o rotativo do cartão de crédito ou pagam prestações de imóveis não residenciais. Veja abaixo simulações de quanto os valores vão aumentar.

Bolsonaro tenta a todo custo colocar de pé o Auxílio Brasil, que substituiria o Bolsa Família, criado pelo ex-presidente Lula, com valor maior. Essa é a aposta dele para tentar reverter a queda nas pesquisas – Lula venceria as eleições com 56% dos votos se as eleições fossem hoje – e também a queda de popularidade – o presidente é reprovado pela maioria da população.

Com o aumento das alíquotas de IOF, o  presidente pretende arrecadar até R$ 2,4 bilhões, segundo estimativas do próprio governo.

O cálculo que o governo não fez é que, com o dinheiro para crédito mais caro, as empresas vão repassar esse custo para os preços dos produtos, elevando o custo de vida da população, que já vem disparando nos últimos meses. Outras irão simplesmente desistir de novos investimentos, o que também prejudica os trabalhadores e o país porque deixam de gerar empregos em um momento de altas taxas de desemprego.

“Além do aumento do IOF, o governo deve aumentar a taxa de juros básica, a Selic, por causa da inflação. Esta combinação torna o dinheiro mais caro. Neste cenário, quem pensava em investir num negócio, abrindo novas vagas de trabalho, vai preferir não se endividar e fazer algum investimento”, acredita o economista da Unicamp, Marcio Pochmann.

O aumento do IOF torna o custo de vida mais caro e deixa mais distante a recuperação econômica e a diminuição do desemprego- Marcio Pochmann

Para o economista, o aumento do IOF mostra mais uma vez que o país está sem rumo na economia, numa crise que vem desde o governo de Michel Temer (MDB-SP).

Pochmann lembra que foi o emedebista que buscou dar uma “injeção” na economia liberando saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que Bolsonaro continuou e ainda liberou o auxílio emergencial até o final do ano passado.

Segundo Pochmann,  o governo não tem garantia de crescimento econômico e busca dar injeção de consumo atendendo os mais necessitados. Isto, diz,  ameniza o sofrimento das pessoas, mas mostra que a economia não tem condições de crescer.

“Já tivemos a liberação do PIS/PASEP, do FGTS e outros auxílios porque a nossa economia está em coma e só reage a base de injeções, mas isso é só um solavanco e ela volta ao coma”, analisa Pochmann.

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